Entrevista banda CARCA MAFALDA

Integrantes:

Lehlly (Baixo)

Gé (guitarra)

Carline (guitarra)

Gabriela (bateria)

 

Que som faz?

Punk Rock

 

Influências:

Temos fortes influências musicais do Movimento Riot Grrrls.

 

Na ativa há quanto tempo:

Mais ou menos um ano.

 

1.     Como começou?

Tudo começou no início, mas isso é uma longa história... (risos).

 

2.     A banda faz covers ou toca música própria? No caso da música própria, como rola o processo de criação?

         Fazemos cover, das bandas Bikini Kill, Le Tigre, Bulimia, Ditillers, e Hole

por exemplo, e também músicas próprias. A parte de criação é espontânea... de repente sai uma variação boa no violão na brincadeira e partir disto começamos a modelar, colocar efeitos e por ultimo criamos a letra, não que seja menos importante, pelo contrario, a mensagem que passamos só se faz pelas letras. Só que é mais fácil encontrar uma rima solta no ritmo pronto.

 

3.     Qual é a ideologia por trás da banda?

Seguimos o Movimento Político Feminista que culturalmente se expressa no Movimento Riot Grrrls, além dos ensaios fazemos debates de textos feministas com embasamento crítico, achamos que a banda e as músicas são formas de expressões e divulgação do pensamento Feminista, porém, o que nos move de fato é o Movimento Político Feminista, que busca a desnaturalização e superação das relações hierárquicas entre mulheres e homens, através da luta pela igualdade social, política, cultural e econômica entre os sexos. Porém, sabemos que lutar pela igualdade, significa a igualdade da exploração, portanto a luta feminista dever ir além da organização posta, lutando também, pela emancipação do ser social.

 

4.     A banda é formada só por garotas. Vocês sentem diferença nisso ou vocês acham que já é um tabu superado?

Apesar de vivermos na ”modernidade”, ainda existe o tal tabu e é muito forte, porém não culpamos somente os homens, existe toda uma formação da sociedade patriarcal no processo histórico, que afirmou o machismo mundialmente. Mas percebemos nas poucas vezes que tocamos o preconceito vindo mais dos “boyzinhos”, estes que sempre tiveram tudo o que queriam são os que mais pensam que a mulher é um objeto sexual, não vamos generalizar, mas vimos que foi a maioria. É o tipo de moleque que monta sua banda sem nenhum esforço, às vezes toca músicas extremamente politizadas e com conteúdo, mas nem se quer sabe o que está tocando e acaba pregando a homofobia e o machismo. Entendemos que há uma falta de teoria nesse tipo de pessoas. Apesar de já esperarmos o preconceito em todo o lugar que vamos, às vezes saem frases e atitudes que chocam.

 

5.     Já aconteceu alguma situação em que esse preconceito foi direto à vocês?

 

Como aconteceu em Cascavel, os moleques de outra banda ficavam na frente do palco gritando “sexo, sexo, puta” e depois desligaram a chave da energia. Foi decepcionante.

 

6.     Em relação a shows, rola muito, ou existe muita dificuldade em torno disso?

É difícil, a maioria das pessoas não gostam de “garotas rebeldes” (Risos), já é difícil quando o som é mais agressivo (é o caso do punk), agora, junte este som agressivo, com letras agressivas de um movimento totalmente político, aí o pessoal tem até medo! E como aqui na região o espaço para essas festas diminui cada vez mais, ora, somos uma região sertaneja, ninguém quer saber de Punk, e os poucos que gostam se quebram fazendo festas mal organizadas, porque, o que falta é isso, a organização e a união entre as bandas para trabalharem coletivamente. Estamos dispostas a enfrentar isto. Bandas de toda região, uni-vos! (Risos).

 

7.     Quem quiser saber mais sobre a banda ou entrar em contato, procura aonde?

Temos o perfil no Orkut que fizemos há poucos dias e tem também o blog.

 

8.     Deixa um recado aí pra quem já curte o som e/ou pra quem ta lendo a entrevista.

Já é hora de deixarmos de lado o papel de fãs, e aprendermos a tocar instrumentos, chega de ficar em segundo plano, porque como diz a banda Bulimia, “Punk rock não é só pro seu namorado”.